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CQV avalia estresse de servidores

publicado: 30/01/2018 10h00, última modificação: 23/02/2018 11h51
“Muitos dos vários adoecimentos que acometem servidores públicos federais estão ligados à sua saúde mental”. Quem afirma é Wandecleide Lucena Fernandes, enfermeira e doutora em saúde pública da Coordenação de Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho (CQV), vinculada à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP).

Desde que a CQV passou a oferecer serviço de assistência à saúde mental, há cerca de um ano, 493 servidores da UFPB já foram atendidos. No entanto, a mensuração de resultados não é quantitativa, explica Wandecleide. “Às vezes, em uma manhã, atendo quatro pessoas. Nós ficamos em média uma hora com cada uma. Estamos fazendo um atendimento preocupados com a qualidade”, conta. Além da enfermeira, também compõem a equipe o médico psiquiatra Sillas Duarte de Melo e a psicóloga Andréa Rachel Melo Gadelha.

Uma das formas para compreender como está a saúde mental dos servidores da UFPB é a utilização de uma ferramenta que mede o nível de estresse do indivíduo. O software Cardio Emotion foi desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP) e adquirido pela UFPB em 2017. Com uma leitura dos batimentos cardíacos, por meio de um sensor ligado à mão do paciente, o profissional consegue identificar os graus de estresse e em que áreas da vida ele se manifesta. A avaliação dura de 15 a 20 minutos.

O software mapeia, através de um gráfico, o percentual de coerência cardíaca da pessoa conforme ela vai respondendo a perguntas elaboradas pelos profissionais. “O aparelho nos dá diversos parâmetros, mas a finalidade é identificar onde se tem mais estresse”, afirma. O equipamento, conforme Wandecleide, permite a leitura da coerência cardíaca da pessoa, "se ela estiver com raiva, a frequência cardíaca aumenta; se está tranquila, os batimentos são mais espaçados. No momento em que existe uma desorganização, isso é provocado pelo estresse e altera a coerência cardíaca, que é o que dá equilíbrio ao organismo”, diz.

A partir do diagnóstico, a profissional orientará o servidor sobre como lidar com o sofrimento que o afeta. A orientação engloba desde o encaminhamento para uma terapia, ou aconselhamento para hábitos de vida mais saudáveis. “Muitas vezes, as pessoas não têm ideia do grau de estresse em que se encontram”, revela.

 

Caminho

Qualquer servidor da UFPB pode ser atendido pela equipe e existem diferentes formas de chegar a essa primeira abordagem. Uma delas é pelo Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Federal (SIASS), localizado no térreo do prédio da Reitoria, no Campus I. A outra é a livre demanda, em que o servidor agenda um horário na CQV, pelo telefone (83) 3216-7113. Wandecleide informa que há uma lista de espera, porque, em geral, os tratamentos não são rápidos e a equipe ainda é pequena.

Além disso, há a possibilidade de atendimento com o software no ambiente de trabalho. Nesse caso, a chefia pode solicitar a avaliação de estresse para os servidores de todo o setor. A enfermeira conta que uma das metas para 2018 é aumentar os atendimentos nos setores e também nos campi do interior. 

 

A importância da saúde mental

“No ano passado, a Organização Mundial de Saúde reconheceu o Brasil como um dos países mais ansiosos do mundo. Isso é revelador da falta de cuidado com a nossa saúde mental”, aponta a profissional. Para ela, a aquisição do software permitiu que a UFPB passasse a prevenir o adoecimento mental entre seus servidores docentes e técnico-administrativos. “Temos, hoje, a oportunidade de que nossos servidores se cuidem, olhem para si”, afirma.

Dialogando com o trabalho realizado pela equipe da CQV, a Progep aderiu à Campanha Janeiro Branco, que busca sensibilizar sobre a importância da Saúde Mental dos indivíduos e da sociedade como um todo.